segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Bate-papo com Lino Villaventura...

Hoje, foi veiculado na minha coluna de moda (na Revista Diário do Jornal Diário do Pará) uma edição especial com o renomado estilista paraense Lino Villaventura, que participa do São Paulo Fashion Week (maior calendário da moda brasileira), do Dragão Fashion Brasil e da Semana de moda de Paris.
Lino esteve em Belém dia 01 de setembro para abrir a Semana de Moda “Acqua Fashion” do Shopping Pátio Belém, com uma palestra para os convidado presentes como por exemplo, estudantes de moda, clientes, lojistas, modelos, imprensa, etc. Onde respondeu perguntas, mostrou algumas imagens da nossa Belém antiga, que o deixou com saudades e, as imagens de suas coleções do inverno 2010 inspirada nos pássaros E num bate-papo descontraído, ele nos contou um pouco do world fashion....



Tânia – A moda do vestir é um jogo de sedução?
Lino – A roupa foi feita para seduzir, mas sem vulgaridade, para fazer as pessoas se sentirem seguras, seja no trabalho, no laser, etc. Ou seja, a roupa é para ser vestida e o corpo é que dá a adequação.

T– O que é fundamental para criar um estilo próprio?
Lino – “O mais importante no trabalho de um design é ter identidade. E para isso acontecer, é preciso ter uma bagagem cultural e de imagens na sua mente, para dar um embasamento e poder desenvolver suas próprias imagens e, que serão refletidas na sua criação”.

Como você define sua marca?
Lino - “Meu trabalho tem identidade brasileira. Eu e minha equipe criamos imagens fortes de moda, pois sei que elas sempre marcam. Seja pelos shapes, tecidos, cores, nas performances teatrais dos desfiles, etc.
Não preciso ser óbvio no que é folclórico ou regionalista, mas posso buscar inspiração na Amazônia e todo o Brasil. Posso dizer que me sinto realizado no que faço, pois criei meu próprio estilo.

Você acredita no design de moda cuja formação seja na faculdade?
Lino – “Independente de se ter talento, é preciso aprender administrar sua marca para manter-se num mercado tão competitivo. Acho importante o estudo de moda pela questão técnica”.

Quais foram as suas dificuldades quando iniciou na moda?
Lino – Eu fui morar no Ceará apenas aos 18 anos junto com os meus pais. Mas, ainda em Belém comecei criando coletes, calças e posteriormente outras peças. Eu inventei minha própria modelagem, minha gola, manga, etc.
Na época, também tive dificuldades em encontrar tecidos diferenciados, então comecei a fazer interferências (ex: nervuras, plissês, etc) neles. Hoje, eu até terceirizo o processo quando se trata de um tecido como o jeans e, a roupa precisa ficar mais elaborada.
Depois para divulgar minha marca, comecei a fazer anúncios em revistas de moda no RJ e SP, participar de exposições e desfiles, até conquistar o reconhecimento e status que tenho hoje.

Para crescer no mercado na moda é necessário emigrar para os grandes pólos de moda?
Lino - “O meu trabalho vai, mas eu fico, continuo morando no Ceará. Só criei um show room em São Paulo por questões de facilidades para exportação. E como integrante da Abest (Associação Brasileira de Estilistas), também desfilo e faço show room em Paris para divulgar a qualidade da moda brasileira no mercado internacional. Sempre tivemos sucesso graças a Deus e sempre procuramos melhorar!”

O que acha da dicotomia de seguir ou não as tendências da moda?
Lino – “Acho importante a tendência como pesquisa, pois é o que está acontecendo no mundo. Como, por exemplo, se as pessoas almejam roupas mais práticas, então temos que criar algo com referências na praticidade, seja no design, tecido, etc”.
Existe certo e errado na moda? O que a mulher paraense deve usar?
Lino - Não, Existe o que é feio ou bonito. As mulheres paraenses devem usar roupas lindas e leves. Assim como, boa parte das mulheres brasileiras, uma vez que somos de um país predominantemente tropical.
Depois do “denim couture”, você já adaptou outras peças luxuosas para o dia-a-dia? Pensou em fazer parceria com loja de departamentos como C&A, etc ?
Lino – “Lógico que sim. Tenho no show room e no site www.linovillaventura.com.br (veja link store) que também possui venda on-line, onde você encontra t-shirts, óculos, dentre outros acessórios e roupas.
Quanto à parceria, teria que ser algo bem organizado com um espaço tipo “corner”, digamos, que seria um caso a pensar”.

É possível fazer uma moda sustentável?
Lino- Acho que usar o termo “sustentável” é uma questão de marketing. Mas, sempre me preocupei com as questões de preservação ambiental e acredito que é possível fazer dentro da moda, tanto que sempre fiz, seja com matérias-primas de fibras naturais, etc.

Qual a sua mensagem para os estilistas que estão começando?
Lino– “Que você tem que ter paciência, perseverança e acreditar no que faz. Trabalhar com moda é quase um sacerdócio, precisa de muita dedicação”.



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