sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Moda Paraense











Fotos: Do catálogo de tendências do grupo Moda Pará (do Sebrae-Pa) fotografado por Walda Marques; foto do catálogo da estilista lele grello e do desfile Mandinga de Moça (by Sebrae-Pa)

Bem...Resolvi publicar aqui, um box "O Despertar da Moda Paraense" já publicado na Revista Diário (Jornal Diário do Pará), referente a matéria especial sobre a moda dos estilistas e jovens criadores paraenses.


" Ao falar de moda paraense e mais especificamente de Belém do Pará, pode-se destacar que se trata da terra natal de alguns estilistas de reconhecimento até internacional como Denner Pamplona, apesar do seu trabalho não estar vinculado diretamente com as referências amazônicas. E da nova geração de criadores que vieram para abalar as estruturas da moda no país como, por exemplo, André Lima, Lino Villaventura (paraense radicado no Ceará) e Davi Azulay da moda-praia “Blue Man” (radicado no Rio de Janeiro). Mas, porque falar deles? Pois, saíram do anonimato e através de suas participações em renomados eventos de moda como por exemplo o Phytoervas, o São Paulo Fashion Week (ex-Morumbi Fashion) é que suas criações ganharam maior destaque na mídia. Momento que se coincidiu com a valorização da “Moda Brasileira” e da própria Amazônia principalmente pelo olhar estrangeiro.

A partir desse momento designers, estilistas e marcas paraenses também perceberam que o grande mercado da moda passou a ver a cultura amazônica com outros olhos, era o resgate das nossas raízes tão miscigenadas. Mas, isso não foi uma regra e muito menos tão fácil assim. Afinal, a moda “enlatada” e globalizada é muito forte, principalmente para uma região que não tem pólo industrial e quase tudo tem que ser comprado fora do estado.

O que fazer quando vivemos numa sociedade de cultura complexa e hibridizada? De acentuada ”interculturalidade” de estilo de vida e consumo influenciados pela acessibilidade à indústria cultural? “O sangue que corre em nossas veias fala mais alto”.

Paulatinamente iniciou-se, então, um processo de conscientização dos criadores do mundo, do Brasil e em cada região do país... Cujo pensamento era buscar a essência sem ser óbvio. Aqui no Pará, seria fugir do que já se faz no artesanato, pois, esse é único e, se apropriar de uma cultura tão forte e antiga, corre o risco de tornar-se caricata.

Na moda atual, o moderno divide espaço com o “antigo”, linkar o rústico e o sofisticado, o punk e o romântico, a cultura e a “contra-cultura”. Ou seja, tudo que incorpore culturas com a contemporaneidade. E os paraenses? O desafio de decodificar essa rica cultura amazônica. Quem sabe fazer um mix do jeans com a chita do folclórico carimbó paraense?
Ah! Lembrei! Estampar vestidos de seda com mangas (by Manufatura) ou folhas de tajá como a estilista paraense Lele Parah fez; Criar jóias com design de vitória régia e Círio de Nazaré assinadas pela designer Celeste Heitmann; T-shirts descoladas com silks de peixes e açaí do Ná Figueredo ou ainda, a arquitetura dos patrimônios históricos de Belém estampadas na camiseta de " Eu Belém". As Bolsas de tururi com paxiúba da marca Guiné, dentre outros.

Enfim, criações com um perfume que nos faça lembrar a quem pertencemos. Uma identidade que tenha “código de barra” tecno-regional, em outras palavras...Uma cor de açaí, textura de tururi, perfume de patchuli, sabor de cupuaçu e tacacá... Essa é a moda paraense que despertou para o mundo, seja bem vinda!"