domingo, 19 de outubro de 2008

Figurinistas investem nos personagens não convencionais












Looks de personagens como "ex-desabrigada" e "garotas de programa" ganham destaque na matéria de moda postada no site do Globo: http://afavorita.globo.com/Novela/Afavorita/Revista/0,,AA1690583-15500,00.html


Vestido da personagem "Céu" foi assinado pelo estilista Samuel Cirnansck (participante de SPFW) - inspirado na França do séc. XVIII, no estilo rococó e nos quadros de Jean-Marc Nattier, um famoso retratista francês que era favorito das filhas do rei Luis XV. Quanto aos looks das "meninas da Cilene": Sharon, Luma e Melissa, foram assinados pela estilista Priscila Park.


-Moda & Personagens polêmicos:


Esse assunto me fez recordar da pequena entrevista que fiz com Marília Carneiro quando esteve em Belém para lançar seu livro. Ela me explicou das dificuldades encontradas pelos figurinistas quando se tratava de vestir personagens "não glamourosos" e que marcas renomadas até rejeitam vesti-los temendo "queimar" a imagem de sua griffe. E finalizou que a opção se restringia na confecção própria e/ou compra de roupas em magazines para vesti-los.
Ela até exemplificou a situação da personagem interpretada por Suzana Vieira, numa novela onde era uma mulher humilde oriunda do interior que vinha tentar a vida na cidade quando teve sua filha (ainda bebê) sequestrada .


Enfim, hoje percebemos que esse preconceito está mudando, uma vez que marcas de nome vestiram personagens polêmicas como a "garota de programa" Bebel - interpretada por Camila Pitanga, quando passou a frequentar a alta sociedade passou a usar a marca Blue Banana... os vestidos que saiam nos capítulos não paravam nas vitrines das multimarcas. E que não deixou de mostrar a realidade de muitas garotas brasileiras.


- Estilistas vestem personagens:


Aproveito o assunto "moda e novelas"para chamar atenção do belíssimo vestido -"pretinho nada básico" usado pela decidida "Alícia" (por Taís Araújo) assinado pelo renomado estilista paraense André Lima, no qual sou fã dos seus trabalhos... Como esse modelito de tafetá de seda, uma releitura do "ícone do laço" em diversas shapes.



- Somos o que vestimos?


Mas, se "somos o que comemos e o que vestimos"... como fica essa questão das marcas vestirem esteriótipos criticados pela sociedade? É relevante? Se o ato "vestir" não fosse importante, não seria objeto de estudo "linguagem das roupas"; Não haveriam regras e etiquetas de trajes para deteminadas ocasiões; ou ainda, aquela famosa preocupação com vestuário e postura de políticos para que seus eleitores os identifiquem, assim como Lula aboliu a camisa suada e adotou o terno (assinado por Ricardo Almeida), dentre outros exemplos...