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Você é criativa (o) e tem algum projeto (musical,
sustentável, de moda, etc) engavetado? Está na hora de colocá-lo em prática.
Como? Concorrendo ao Prêmio do Movimento HotSpot (MHS) - Projeto da
IN-MOD (Instituto Nacional de Moda e Design) cuja abrangência nacional tem foco
na inovação e busca, expor e premiar novos (a partir dos 17 anos) talentos em
11 categorias: Beleza, Moda, arquitetura, cenografia, design, design gráfico,
filme e vídeo, fotografia, ideia, ilustração e música. Ah! Vale se inscrever em
mais de uma categoria.
Belém está na rota das 17
capitais do Brasil escolhidas pelo MHS, bem como, entre os 10 festivais
multiculturais que serão realizados na 2ª etapa do evento. Os melhores
trabalhos serão selecionados por mais de 30 profissionais de renome que
integram o time de curadores. As inscrições são gratuitas, vão até o dia 31 de
agosto e podem ser feitas através do portal www.movimentohotspot.com.
Ficou com alguma dúvida e quer
saber de mais detalhes? Pensando nisso a coluna fez uma entrevista exclusiva
com Paulo Borges - idealizador e sócio proprietário da Luminosidade (empresa
responsável pela In-Mod, SPFW, FR, etc) para falar sobre o MHS. Confira:
Como surgiu a ideia de fazer um projeto (MHS)
que premia talentos criativos autorais? Foi difícil conseguir patrocinadores,
além do apoio do MINC?
Paulo Borges: O Movimento HotSpot é uma evolução do projeto de incubadora
de talentos que foi o Amni Hot Spot. Durante cinco anos incubamos até 11
profissionais na área de moda, oferecendo recursos materiais e coaching para o
desenvolvimento de suas ideias e negócios. De lá para cá, a maioria se
consolidou no mercado e migrou com sucesso para o São Paulo Fashion Week. Desde
o início, já era evidente a transversalidade da atuação dessa nova geração de
criativos, a forma colaborativa e coletiva como designers de moda interagiam
com músicos, artistas plásticos, fotógrafos etc, um interferindo e inspirando o
trabalho do outro. O Amni HotSpot sempre teve esse caráter mais amplo de
festival de novos talentos que extrapolava a moda.
Nos
últimos anos, já tínhamos uma demanda crescente para ampliar o projeto para
todo o Brasil. Foi quando começamos a desenhar o novo projeto, o Movimento
HotSpot. A partir das novas tecnologias em rede cada vez mais acessíveis,
criamos essa plataforma multimeios para buscar em todo o Brasil, expor e
premiar talentos criativos em 11 categorias com foco em inovação.
O
projeto conseguiu total apoio do Minc já que nos desafiamos a mostrar essa
diversidade criativa nacional encarando as dimensões continentais do País e
contemplando todas as regiões brasileiras nas diferentes etapas do projeto.
Agora é tarefa também dos participantes usar ao máximo essa plataforma. O patrocínio de empresas como a Vale e a
Riachuelo, além da parceria com o Sebrae, são uma chancela importante para a
proposta de inovação que esse projeto traz para dentro do setor da economia
criativa. Ainda estamos em negociação com outros patrocinadores. A vantagem
desse projeto no momento de angariar parceiros é sua fácil identificação com o
jovem. Não apenas o jovem de idade, mas o jovem de espírito. Quem não quer se
engajar em um projeto e se desafia a reunir, por todo o País, os brasileiros
que estão interessados em inovar, em olhar para a frente, em propor novas
soluções, em encontrar um jeito diferente de fazer alguma coisa em, de fato,
criar? O Movimento HotSpot tem em si as características intrínsecas à geração Y
e quem quer ser relevante no futuro, já precisa estar conectado às
transformações que estamos promovendo no presente.
Como cada região (empresários,
administradores e governo) pode contribuir para que esse movimento seja
permanente?
Paulo Borges: Inovação exige investimento migrar do ideal para o real. E,
investimento em todos os sentidos: investimento de tempo, de relações, de
articulação, de esforços, insumos e, claro, financeiro. O Movimento HotSpot
será uma vitrine de possibilidades, é ali que os novos talentos vão expor seu
desejo por inovação ao mercado. Empresários, administradores, governo terão o
papel de nutrir esses talentos com fomento e incentivo. À medida que o
Movimento HotSpot expõe trabalhos selecionados por um grupo de curadores do
mercado é também nosso desejo sensibilizar lideranças regionais para que esses
talentos sejam incentivados com perspectiva, apoio e todas as formas possíveis
e cabíveis de investimento.
Hoje,
mais que nunca, a nova geração nos ensina que tudo pode ser transformado a
partir do coletivo, do colaborativo. A contribuição regional ao Movimento
HotSpot deve acontecer da mesma maneira, ela deve ser participativa,
colaborativa, coletiva.
Desde
já a iniciativa pública e privada pode se envolver com o projeto. Cada etapa
regional contará com apoios locais. Essa é uma forma de ficar diretamente
vinculado à essa catarse criativa que queremos promover por todo o País.
O Movimento Hot Spot será permanente (como no
Amni Hot Spot) , enquanto estiver sob o apoio do atual Ministério da Cultura ?
Paulo Borges: Sim, a premiação será bienal. Pois o processo de avaliação
dos projetos é longo. E, enquanto o Movimento HotSpot viaja nas diferentes
etapas de engajamento off-line, estamos conectados com os novos criativos e o
mercado por meio das nossas redes e com a ajuda de diversos canais: portal,
facebook, twitter e youtube, só para citar alguns.
Uma vez que a moda contribui no crescimento
do PIB brasileiro... Na sua opinião, o que realmente falta para o governo
ajudar no crescimento do mercado da moda dentro e fora do país? Leis de
incentivos fiscais, etc?
Paulo Borges: Infelizmente, ainda falta muita coisa. É por isso que
estamos propondo, em primeiro lugar, um diálogo do governo com a moda. Ainda
dependemos da criação de políticas de longo prazo que defendam o segmento e
para isso, é importante ouvir dos diferentes empresários que participam do
setor as necessidades de inovação e transformação que esse mercado apresenta.
Entre as demandas do setor, temos o desafio da qualificação de mão de obra, por
exemplo. Também é necessário investimento para termos acesso a matérias-primas
mais competitivas, por isso um ponto fundamental é analisar as políticas de
entrada de matérias-primas criativas para a moda. Além disso, há todas as questões
de tributos, do alto custo da mão de obra que onera muito o produto final,
questões de logística da moda no Brasil e de como é possível criar um plano de
investimento específico para empresas que produzem moda criativa. Como essas
empresas podem ser vistas no governo para que tenham uma facilitação de
investimentos, até para poder competir com o mercado global, que cada vez mais
está dentro do Brasil.
O MHS favorece apenas os talentos criativos
brasileiros ou abre espaço para estrangeiros naturalizados?
Paulo Borges: Sim, estrangeiros podem se inscrever desde que residam no
Brasil, possuam CPF e cadastro no Registro Nacional de Estrangeiros (RNE).
Por que Belém foi uma das capitais escolhidas para os festivais? Já
conhece a cultura local paraense?
Tive a oportunidade de mergulhar na cultura paraense
quando escolhemos a capital como eixo de inspiração para edição da ffw_MAG! que se propôs a discutir o
tema Luxo. Foi De repente que percebemos que o tema nos sugeria algo vindo de
Belém do Pará. E de uma semana para outra, desembarcamos por lá com uma equipe
imensa para fotografar, descobrir e produzir matérias ou ensaios na cidade que
era chamada de "Paris na América" durante a riqueza do ciclo da
borracha.
Foi um imenso prazer poder mostrar na revista pelo
menos um pouco da imensa riqueza paraense. Publicamos um roteiro da cidade
assinado pela Fafá de Belém. Ouvimos 11 personagens que agitam a cultura e o
comportamento belenense, de Dona Onete a Gabi Amarantos. Fomos à ilha de
Mosqueiro, dançamos o tecnobrega da Aparelhagem e ainda fizemos reportagem com
a Joelma, da Banda Calypso... O André
Lima também participou dessa edição. Depois disso, voltei ainda a Belém com
outros projetos da Luminosidade. Fizemos por duas vezes exposições a partir do
editorial de moda da revista ffw_MAG! coleções no shopping Boulevard.
Quantos paraenses estão inscritos? Há chances de serem escolhidos no
projeto?
Paulo Borges: Hoje temos 10 projetos paraenses inscritos e
acreditamos que esse número não reflete em nada o potencial do estado. Esperamos um crescimento expressivo da
participação paraense até o fim das inscrições, para que a riqueza cultural e
criativa do estado seja de fato retratada. Neste momento, todos os candidatos
têm chance de fazer parte dos vencedores, os curadores apenas iniciaram suas
avaliações.
Já tem como ver o número de paraenses
inscritos? Em quais categorias?
Paulo Borges: No portal www.movimentohotspot.com.br você pode clicar em “projetos” e acompanhar as inscrições
filtrando por palavra-chave, categoria, Estado ou curador.
Até
agora temos 10 inscritos paraenses nas categorias moda (5), música (1),
ilustração (1) e ideia (3).
Com será o procedimento pelo MHS, após
escolha dos inscrito na categoria de moda, por exemplo? Soube que no final,
terá que criar uma coleção para participar do Fashion Rio ou São Paulo Fashion
Week? E as demais categorias, qual será sua participação?
Paulo Borges: Os candidatos que tiverem seus trabalhos escolhidos pelos
curadores após a fase de inscrição serão convidados para mostrar suas criações
em um dos 10 festivais regionais que serão promovidos pelo Movimento HotSpot,
com as despesas de viagem pagas pelo projeto.
Nos
festivais uma nova banca avaliará os trabalhos expostos para que sejam
escolhidos aqueles que participarão do Tanque de Ideias, a última eliminatória
do Movimento HotSpot.
O
vencedor de cada uma das categorias vai ser premiado com o valor de R$10 mil
reais. Além disso, existe o prêmio especial para a categoria moda. O vencedor
dessa categoria vai receber um investimento de R$150 mil para desenvolver uma
coleção que será vendida pela Riachuelo e apresentada ao mercado durante o
Fashion Rio ou o SPFW. Até o final dessa primeira edição do projeto, outros
prêmios especiais podem surgir para as diferentes categorias.
O maior
prêmio do Movimento HotSpot vai para a categoria de ideia. Além de escolhermos
três participantes da categoria para receberem os R$10 mil como vencedores,
aquela que for considerada a melhor ideia vai receber um investimento de até
R$200 mil para viabilizar o projeto.
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