Esta edição da SPFW celebra nossa ANIMA expressa na criatividade, no espírito festeiro e na nossa vocação de felicidade. ANIMA que nos movimenta e movimentará.
É o catavento, a roda gigante, o carrossel da nossa infância. É o rosto no vento. É a criança que permanece na gente. É a praça, a rua, a festa, o futebol.
A Bienal transformada numa grande praça, naquele lugar onde toda festa começa. O catavento expressa, dá corpo ao vento. E nos remete à infância e à rua. Na entrada da Bienal, um verdadeiro jardim de cataventos recebe os visitantes dessa edição. Um sopro de alegria, para começar.Uma praça com uma roda gigante de parquinho de diversões enche de movimento e alegria o grande vão.
Nas paredes da Bienal, grafismos dos artistas dos blocos afro de Salvador, a tradução visual dessa ANIMA que resiste e se re-inventa continuamente, juntando a expressão mais arcaica à mais contemporânea. Uma arte criada e desenvolvida sempre dentro de um espírito de inclusão e da mais pura alegria.
Quem consegue ficar parado com a passagem do Ilê-Aiyê, do Cortejo Afro, do povo da Timbalada? Pé no chão, alegria que dura dias inteiros, tambores comendo solto, um ritmo encantador. E quando se descobre que cada um desses blocos – entre carnavais – é um centro de atividades educacionais, sociais, profissionalizantes, o verdadeiro coração de sua comunidade, fica-se ainda mais impressionado com a força e a extensão dessa ANIMA-ção.
Uma instalação/diálogo de imagens dos blocos afro do carnaval baiano celebra a nossa alma apaixonada.
"Foi ainda o negro quem animou a vida doméstica do brasileiro de sua maior alegria. (...) Ele que deu alegria aos são-joões de engenho; que animou os bumbas-meu-boi, os cavalos-marinhos, os carnavais, as festas de Reis. Que à sombra da Igreja inundou das reminiscências alegres de seus cultos totêmicos e fálicos as festas populares do Brasil; na véspera de Reis e depois, pelo carnaval, coroando os seus reis e as suas rainhas; fazendo sair debaixo de umbrelas e de estandartes místicos, entre luzes quase de procissão, seus ranchos protegidos por animais (...) cada rancho com o seu bicho feito de folha-de-flandres conduzido à cabeça, triunfalmente; os negros cantando e dançando, exuberantes, expansivos."
Gilberto Freire, em Casa Grande e Senzala
Gilberto Freire, em Casa Grande e Senzala
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