terça-feira, 31 de março de 2009

Crítica Construtiva para a Moda Paraense

Se na moda, nada se cria e tudo se copia... Que tal os estilistas e designers (recém formados e não-formados) que estão surgindo por aqui (Belém), buscarem uma “releitura” um pouco mais original? O nome já diz tudo...”Reler”- criar algo com o seu olhar, usando e abusando da pesquisa de novos materiais, shapes, etc.
Aliás, conto no dedo os que fazem boas pesquisas como os integrantes do Moda Pará, alguns do Caixa de Criadores, dentre outros.
Seria bom que alguns jovens criadores dessem “um tempo” naquela “febre” de vestidinhos florais “costumizados” com lacinhos e botões coloridos. Tudo ficou muito parecido com os estilos românticos de Ronaldo Fraga e Adriana Barra. Tudo bem que eles sejam fonte de inspiração, mas não exagere. Busque sua identidade.
Já que o artesanato está incluso na moda, como foi o tema da última edição de São Paulo Fashion Week. Não deixa de ser uma boa fonte de pesquisa para o segmento de acessórios e vestuário, uma vez que a cultura paraense é muito rica nas referências portuguesas, francesas e indígenas. Mas, sem ser clichê.

E por falar em Ronaldo Fraga, o estilista mineiro recebeu o prêmio “Faz Diferença”, do jornal carioca O Globo para homenagear os brasileiros que contribuíram para transformar o país. Ronaldo ganhou na categoria moda que desenvolveu frente ao projeto “Talentos do Brasil”, lançado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e que visa estimular a troca de conhecimento entre as cooperativas de artesãs de todo o Brasil.
Entre os trabalhos, estão os desenvolvidos em São Borja (RS) que utilizou a crina de cavalo e de lã. Já em Coxim (MS), foi o couro de peixe e no agreste paraibano com a renda labirinto. Segundo o estilista, tal parceria fortalece a auto estima e reafirma a cultura de quem faz.
Enfim, como jornalista e critica de moda, há mais de uma década, posso dizer que Belém tem excelentes criadores de vários segmentos, destaque para o setor joalheiro. Já o segmento de roupas e acessórios (ex: bolsas, sapatos) está amadurecendo. O fato de ainda não ter um pólo industrial, traz para o trabalho artesanal características que o torna único e o afasta das “tendências industrializadas”. Isso talvez explique a presença de peças “hand made” assinadas pelo grupo Moda Pará, nos editoriais especiais da revista Vogue Brasil. Tudo é um começo, portanto, “mãos a obra”!

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